domingo, 27 de junho de 2010

MINHA ALMA É TRISTE


Eu adoro o manto escuro da noite
Que consigo traz uma alegria triste.
Adoro a neblina que ondeia
Sobre o monte, aborrecido.

Adoro as flores que crescem na planície,
Onde a brisa é fresca e suave:
Porque, como a noite, é triste a minha alma,
Porque tu és fonte de ilusões.

Adoro tudo por baixo do céu de chumbo.
Na serra jazem árvores
O que delas era o fogo consumiu.
São sepulturas nessa terra revolta.

Adoro o silêncio da erva orvalhada,
O pio mórbido das aves nocturnas:
Porque, como a noite, é triste a minha alma,
Porque tu és fonte de ilusões.

Adoro mosteiros e igrejas,
Tristes cantos e tristes preces.
Adoro a espuma das ondas nos rochedos,
Um vai e vem monótono.

Adoro as tempestades, os ventos,
Voz de morte, os sons da ventania:
Porque, como a noite, é triste a minha alma,
Porque tu és fonte de ilusões.

Adoro os relâmpagos que as nuvens deixam escapar,
As imagens das árvores, iluminadas.
Adoro o sino que toca as partidas,
Triste som desencontrado com a vida.

Adoro esta vida mísera e triste,
As aventuras que ainda não vivi.
Porque, como a noite, é triste a minha alma,
Porque tu és fonte de ilusões.

Adoro o poder dos furacões,
Asas negras que sacodem a terra.
Adoro a natureza, o fogo do vulcão,
Os lagos e a vegetação verdejante.

Adoro as embarcações no alto-mar
Sujeitas a diversos horrores:
Porque, como a noite, é triste a minha alma,
Porque tu és fonte de ilusões.

Um comentário:

  1. Adoramos o mando escuro da noite, adoramos as flores que crescem onde a brisa é fria, adoramos o silêncio, adoramos as espumas das ondas, adoramos esta vida, adoramos os lagos...Porque como a noite nossas almas são.
    Diana Andrade (Nix)

    albalupus.blogspot.com

    ResponderExcluir