sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MÍSTICO ANOITECER


Negras e tristes, vão-se as nuvens estirando
Em luto pelo céu, no instante funerário,
Salpicadas de sangue e ouro, que expira em seu calvário.

Solene e acolhedor, austeramente brando,
Assemelha-se a um templo o infinito cenário:
Vão se acendendo, a altura espiritualizando,
Serenas, de uma em uma, as velas do sacrário.

Tudo é silêncio e paz, tudo é recolhimento...
Fulge, envolta em mistério, a cruz imaculada,
Simbolizando a fé, no altar do firmamento.

É então que a lua surge, alva, pura... e parece
Que para receber aquela hóstia sagrada
Se concentra, devota, a Natureza em prece...

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