quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

UM OLHAR



Olhaste-me,
E com um simples olhar,
Criaste um mundo,
Perfeita harmonia,
Floresceram sorrisos,
Desapareceram dores e agonias,
Olhaste-me,
E descobri-te e descobri-me,
Num poder que desconhecia tão meu, tão teu,
Numa fusão .. um olhar ... uma alma,
Subitamente nada fazia sentido,
mas parecia tão certo,
E de repente tudo estava tão bem,
como nunca havia estado antes,
E gelaste-me com o teu fogo,
E surpreendeste-te com a tempestade,
Poderosa, mas mansa,
Quente, mas fria,
Sonhos, crianças,
Olhaste-me,
E apenas num olhar fomos tanto,
E tão pouco,
E esse olhar prendeu-te, prendendo-me,
E no teu medo, o meu medo,
Olhaste-me,
E sem dares conta ficaste meu,
Prisioneiro de água revolta,
Náufrago de mil temores,
Perdido ...,
Olhaste-me, mas já não me olhas mais,
Habitas agora os meus olhos,
E por o saberes e o adivinhares,
Os teus olhos vagueiam no chão,
Fingindo desconhecer,
O que a tua alma sente,
Essa alma que agora me pertence,
Se encontra cativa,
Em troca da minha,
Olhaste-me,
E um dia olhar-me-ás novamente,
Pois o teu olhar é meu,
E o meu olhar te pertence.

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