terça-feira, 17 de abril de 2012

BURACO NEGRO


As manhãs voltam a estar cinzentas,
As pessoas frias e caladas,
No silêncio da tristeza,
As almas irrequietas devaneiam,
Os espiritos enlouquecem,
Cruzam-se e escondem-se com medo,
Na incerteza do que procuram,
Do que anseiam e porque o fazem,
Sentem o terror da solidão…
Eu sei o que é isso… o medo devora…
A solidão arranca pedaços do coração
enquanto nos arrasta em sofrimento
e nos tortura lentamente, em agonia…
Perdi-me á muito no espaço,
no tempo, na insanidade do que faço,
na loucura de saber que estou só,
e que o meu destino é esse…
Cometo loucuras e desapareço,
Vivo na angústia de encontrar,
alguma coisa, alguma esperança,
que me tire deste buraco,
Negro, fundo, só, escuro, vazio…
Acabei de descrever o meu ser,
O meu monstro que tomou conta de mim,
QUe voltou a trazer o frio,
O gelo e a desconfiança, a raiva,
O ódio e o desprezo… a vingança…
Não quero o mal de ninguem,
Vingo-me e torturo-me a mim própria,
Humilho-me e deixo-me cair mais uma vez,
Num turpor de sentimentos que me enlouquece,
Até ao dia em que tudo vai acabar,
E já estou perto…
Do fim…

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