sexta-feira, 16 de abril de 2010

AUSÊNCIA


Meu corpo se ressente com tua ausência...
Prosto-me ao chão de tanta dor...
Meus olhos se fecham lentamente
na escuridão que rodeia a minha alma...

E com o olhar perdido na escuridão
encontro e sinto a tua presença...
Iluminação, céus, paraíso!
A tua presença é a minha luz...

Quedo-me dobrada
com o corpo doendo
da saudade que me tortura
e me prende na dor...

A dor da tua ausência
que se torna tão mais presença
por me fazer te sentir inteira
em cada poro da minha pele...

Meus membros, sem exceção,
não cessam de te querer,
de te chamar, de te gritar...
Eles urram na imensidão que me tornaste...

Me prendo cada vez mais a ti
para me sentir liberta dos grilhões
que falsamente me revestiam
no desejo nunca alcançado...

Tua ausência é muito mais presente
que a massa corpórea da realidade...
Imagino-te nas estradas e nos atalhos
e me acho nas tuas densas esquinas...

Quedo-me na dor da vertigem
que me faz cair sem eira nem beira
assim como uma flecha certeira
no colo de quem me concebeu...

Em um parto de prazer
na comungação da dor
da ausência presente
que me prende ao teu domínio...

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