quinta-feira, 17 de maio de 2012

ROSA NEGRA


Os que vem comigo, jamais florescem.
Os que se voltam para mim, jamais despertam.
Volvem-se à minha alma.
Erguem-na em um trono de obscuridade.
Flamulem-na sob o manto sombrio da dor.
Descortinem-se os olhos e vejam-me.
Descerrem-se os pensamentos e me devaneiem.
Em um altar de dor, revestido de impaciência,
Em um altar de ingratidão, encimado pelo ícone "Egoísmo".

Ali permanece tesa,
Não há brisa para movê-la,
Não há vento para demovê-la,
Não há vida para tirar-me de lá...
Não há existência para levar-me para um outro lugar
Onde meu negror venha enriquecer o dia.
Onde não seja eu induzido à ele.
Onde meu sorriso prove mais que falsidade.
Onde meu lamento não pareça apenas um sentimento de dó sem piedade.
Onde eu não seja apenas mais uma rosa negra após os ecos das profundas cavernas.
Onde o trono da minha mente não seja encimado pelos mantos da escuridão.
Onde não esteja minha lápide sobre a rocha rasa que não me firmou.
Onde eu seja somente eu agora e para sempre.
Onde tu me ames sempre para que eu te destrua pela eternidade!

Henry Mc Dowell

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